Em nossa proposta, entendemos que biografias podem ser utilizadas no ensino de História como estudos de caso para compreender um dado período histórico, não mais dentro da perspectiva do que costumou-se designar como “história de grandes homens”. Neste sentido, a biografia deve ser tratada não somente como um gênero literário, mas também como método, correlacionando as histórias de indivíduos e artefatos para apontarmos a complexidade dos fenômenos dos períodos em estudo, destacando igualmente correlações espaciais e temporais. Na sala de aula e nos materiais aqui disponibilizados, sugerimos utilizar biografias antigas não apenas para identificar “atores políticos”, mas para tratar de questões centrais para a compreensão de fenômenos e períodos históricos, e em particular de formas de construção e legitimação do poder. De forma correlata, objetos monetários entram aqui não como ilustração, mas como documentos para o estudo de narrativas identitárias, de processos de conquista e de disputa política, posto que constróem e reificam discursos de legitimação política. Além disso, esses objetos são parte da visualidade de uma época e sociedade e, uma vez que haja ampla circulação (sobretudo entre diferentes sociedades), eles podem contribuir para transformar a cultura visual da época. Aqui, desejamos sobretudo destacar o impacto de objetos monetários, que podem ser apropriados e transformados por diferentes sociedades dentro de seus interesses, práticas e adaptando-os à sua cultura visual.